O mundo dos investimentos vai muito além das ações. Ele contempla uma série de ativos onde o investidor pode alocar recursos e obter melhores ganhos. Mas investidores iniciantes precisam estar atentos para não cair em algumas tentações!
Na ânsia por maiores lucros, investidores iniciantes costumam cometer alguns erros que seriam facilmente evitados se eles tivessem um pouco mais de conhecimento e paciência.
Investir não é jogar na loteria, onde compramos um bilhete e contamos com a sorte. Investir exige conhecimento, estudo e análise. Você precisa ser capaz de “ler” os acontecimentos da sociedade sob uma nova perspectiva. Ver além do que o senso comum consegue enxergar.
Mas para isso também é preciso uma certa dose de paciência. Primeiro porque ninguém nasce sabendo. Segundo porque, depois de conhecer melhor o mercado, você verá que não existe “milionário” da noite pro dia. Investidores de sucesso sabem esperar!
Foi pensando nisso que fizemos este artigo. Nele, vamos compartilhar os 13 erros mais comuns que investidores iniciantes cometem no começo de carreira. Boa leitura!
Resumo do artigo:
- Investidores iniciantes, árvores demoram a crescer;
- Os 13 erros que você não deve cometer;
- Dica bônus: os títulos de capitalização.
Investidores iniciantes, árvores demoram a crescer
Pense na sua carteira de investimentos como se ela fosse uma árvore. Para ela crescer, precisa de terreno fértil, adubação correta, água, luz solar. E também de tempo. São vários os fatores que, combinados, fazem a planta chegar à fase adulta e dar frutos.
Com os investimentos, ocorre o mesmo. Precisa de terreno fértil (onde e com quem você investe), adubação (vários tipos de investimentos), água (motivação diária) e luz (aprender a fazer as escolhas certas). Com isso em mãos, é uma questão de tempo para a “colheita”.
Fuja desses 13 erros
Mas você pode acelerar o crescimento da sua “árvore” se conseguir evitar alguns erros que muita gente costuma cometer. Vamos elencar os 13 principais. Fuja de todos eles.
1. Não se atentar à liquidez
Em primeiro lugar, a liquidez nada mais é do que o tempo em que o dinheiro estará na sua conta após solicitar o resgate do investimento. Por exemplo, se ela for D+0 significa que no mesmo dia que você solicitar o resgate a grana cairá na sua conta. D+30 indica que o dinheiro levará 30 dias para cair após a solicitação. E assim sucessivamente. Então, se você é daqueles que quando precisam do dinheiro, ele tem que “cair na hora na conta”, um D+30 vai te frustrar!
2. No pré-fixado, deixar de analisar a data de vencimento
Quanto mais longe for a data de vencimento de um investimento pré-fixado, mais arriscado ele será, pois a flutuação da taxa Selic (básica de juros da economia brasileira) impacta diretamente a variação do preço de sua cota. Assim, se a Selic subir mais do que a taxa pré-fixada que você contratou, você ganhará menos do que poderia ganhar num investimento pós-fixado (que acompanha a flutuação da Selic).
E caso resgate o dinheiro antes da data final de vencimento, ele poderá ter rendimentos abaixo do que você contratou - num cenário de aumento da taxa Selic neste período.
3. Operar por notícias, e não por expectativas de crescimento
Operar por notícias é, em resumo, se guiar pelo que sai no noticiário para agir no mercado de ações. Por exemplo, sai na imprensa que há um grande acordo entre Executivo, Legislativo e Judiciário para a liberação do uso da maconha com fins recreativos e terapêuticos. Daí, no dia seguinte, você aposta uma boa soma de dinheiro em ações de empresas que deverão atuar nesse ramo. Um mês depois, por “N” motivos, o “grande acordo” fracassa e as ações dessas empresas despencam. Já pensou no tamanho do prejuízo?
Já escutou aquela frase: "sobe no boato e cai no fato?". Isto acontece porque os grandes players e especuladores! Ou seja, aqueles que realmente geram grandes movimentos no mercado de capital, antecipam suas entradas/saídas em relação ao noticiário. Nesse sentido, eles estão alguns passos à frente da grande maioria das pessoas físicas.
4. Não ter um fundo de emergência
Antes de começar a investir, faça uma reserva de emergência. O que é isso? Um montante em dinheiro que você ou sua família precisa ter disponível, para saque imediato, caso passe por alguma emergência de origem econômica (desemprego), médica (doença), etc.
Lembre-se de que esse valor total (valor das despesas mensais multiplicado por 6 ou 12) deve estar aplicado em investimentos que tenham liquidez imediata (saque imediato).
5. Criar muita expectativa
Tem muita gente por aí prometendo que você pode ficar rico de uma hora para outra. Esse tipo de discurso acaba gerando muita expectativa em quem não tem experiência na área. No mundo real, ninguém fica rico com investimentos como num passe de mágica.
Antes de entrar em qualquer classe de investimento, analise os reais riscos e qual a sua perda máxima, se acontecer algo errado. Cuidado com os riscos "ocultos".
6. Investir só pensando no curto prazo
Paralelamente ao item anterior, pensar no curto prazo é a pior coisa que você pode fazer. Pense que ser um investidor é uma carreira. E como em qualquer outra carreira, pra você ter sucesso é necessário pensamento de longo prazo. Pensar no hoje é importante. Mas atuar no hoje com vistas no amanhã (na aposentadoria, por exemplo) é fundamental!
Não esqueça de monitorar periodicamente a rentabilidade de seus investimentos e realizar eventuais balanceamentos no portfólio, para reduzir os riscos.
7. Ter confiança demais
Tem um ditado que diz: “Não há como aprender natação em um curso por correspondência”. Em outras palavras, nem tudo se aprende apenas “na teoria”. Se você lê muito sobre investimentos, não necessariamente sabe tudo sobre o assunto. Porém, algumas coisas você só vai aprender na prática. Então, mesmo quando achar que sabe muito, não deixe que isso se transforme num excesso de confiança para comprar/vender determinada ação. Na dúvida, tente uma segunda opinião sobre o passo que deseja dar.
Assim como qualquer outra carreira, investir requer competência, habilidades e atitudes, e tudo isso faz parte de sua curva de aprendizado.
8. Confundir investimento com apostas
Quando fazemos uma aposta, no máximo, contamos com a nossa sorte e o azar do outro. Mas com investimentos é diferente. Não pense que a sorte sempre irá acompanhar você nas escolhas de seus investimentos. Às vezes, a sorte também tira férias! Mas fazendo as escolhas certas, o retorno tende a ser mais positivo!
9. Excesso de ganância
Ter alguma “gana” para ganhar mais não é pecado algum. Mas querer ser o Rei Midas da história pode te levar às escolhas erradas. Como, por exemplo, podemos citar ativos com alta volatilidade (grande variação de preço), como as criptomoedas. A ganância pode te convencer a apostar tudo ali. Nesse caso, se houver uma perda de valor muito acentuada nestes ativos, você poderá ir à ruína.
No entanto, desde que seja respeitado a alocação de um pequeno percentual de seu portfólio, isso pode ser uma boa alternativa de alocação assimétrica de relação risco versus retorno, e um exemplo de exposição convexa (pouco a perder e muito a ganhar, se o plano der certo).
10. Não diversificar
Não se deve colocar tudo num único lugar. Quanto mais diversificada em relação aos tipos de classe de ativos for a sua carteira, menor o risco de perdas acentuadas. E há muitas formas de fazer isso fora da Bolsa. O empréstimo entre pessoas é uma delas!
11. Esquecer que em investimento há a relação risco x retorno
Investimentos com maior potencial de retorno vão ter maior risco. E com menor potencial de retorno, risco menor. Não dá para ter um “baita potencial” correndo o mínimo de risco. Portanto, o risco sempre haverá, em maior ou menor grau. Não tem como fugir disso.
12. Se guiar pelas emoções
“Se você não consegue controlar as suas emoções, você não consegue controlar o seu dinheiro”. Essa frase é de Warren Buffett - um dos maiores investidores da história. Ou seja, nos negócios, a emoção pode ser má conselheira. Paute suas decisões em dados confiáveis!
Sendo assim, não é porque a ação está “caindo” que é momento de comprá-la. Também não é porque um grande “especialista” recomendou a compra de determinado ativo que você deverá comprá-lo.
13. Não admitir os próprios erros
E por fim, mesmo seguindo toda essa cartilha acima, ainda assim os investidores iniciantes estão passíveis a erros. Nesse sentido, admitir que erramos é o primeiro passo para corrigir determinada situação que precisa ser corrigida.
O educador, médico e palestrante Roberto Shinyashiki diz que “assumir nossos erros exige muita coragem em um mundo que parece feito de pessoas que sempre ganham todas”. Mas é um passo fundamental para quem quer voltar a acertar. Humildade e perseverança são duas lições que os investimentos nos ensinam, e que podemos levar como aprendizado em nossas vidas.
Bônus: fuja dos Títulos de Capitalização
Provavelmente o gerente do seu Banco já te ofereceu algum Título de Capitalização como se fosse o “maior negócio do século”. Não caia nessa. Além de não haver liquidez, ainda há multas e impostos em caso de cancelamento. Em suma, é uma forma de você deixar seu dinheiro “preso” no Banco, perdendo rentabilidade sobre ele durante um bom tempo.